segunda-feira, 21 de julho de 2025

Monte Serrat (curta-metragem)


Exibição do curta-metragem (Estação Net Botafogo - RJ), com fotografia do Mestre Jacques Cheuiche, também foram convidados Hernani Heffner e Mariana de Moraes. 30, set de 2024.


com os estudantes de cinema da Unicamp - SP.
Através do professor Alfredo Suppia, um Encontro aula 

 

 Marina Pereira (interpretou as gêmeas 'M" e "W"); Emanuela (designer).  

Cenas das filmagens com Nuno Leal Maia (Sr. F), Cris Athia (Sra. E).  

Bastidores das filmagens.



Cine Arte Posto 4 - 25/1/23.

Festival Estação Botafogo um conto de Machado de Assis,

interpretado por Nuno Leal Maia. 

  

Final das filmagens do curta - Out, 2019. (confraternização no restaurante Savana). 

Por Carlos Alberto Mattos, um dos grandes críticos de cinema da atualidade. Referência para quem pesquisa, pensa e abraça o cinema brasileiro. Autor de livros importantes sobre audiovisual, nos valoriza com o seu olhar sobre o filme. Mai, 2021.

 

Link Digital, CTAV e MiraSet Filmes, apuro técnico. Seleção do filme entre 

os oito finalistas ao Prêmio ABC 2021. 

 

 

Sessão teste do filme no instituto Querô: a atriz Rosane Paulo e  Fernando  Polaco, Nuno leal Maia, Renato Neiva, Marina S. Rodrigues, Francisco de Paula, Nicolle Ferreira, Lucas Zanin, Emanuela Silva, Márcio Barreto, Mariana Queija. Foto: Vitor Barreto, 27/1/20. 

Foto da sessão Cabine do filme, no Instituto Querô.


"Conto famoso inspira Monte Serrat, com Nuno Leal Maia. O autor Machado de Assis e alguns pontos turísticos de Santos se encontram no filme. Produzido e dirigido pelo cineasta Francisco de Paula . O filme retrata o conto Três Tesouros Perdidos, de 1858."

Jacques Cheuiche diretor de fotografia - tenho parceria em quatro oportunidades (clipe A  Cera, filme na peça de teatro despertando para Sonhar direção Tadeu Aguiar). Os curtas Deus tá  Vendo e Monte Serrat que teve a assistência de câmera de Mariana Duran Lenzi, quando trabalharam sem eletricista, nem maquinista, com dois refletores. Rodeado de jovens formandos da Universidade São Judas Tadeu, que cumpriram e aprenderam no set as melhores  lições. 

                         
"Além do Monte Serrat, as cenas se passam na Rua XV de Novembro, no Centro Histórico, e na Rua Marquês de Herval, s/n, no Valongo, ponto do bonde turístico. As gravações aconteceram ao longo da semana. Em cena, o também santista Nuno Leal Maia e os atores Cris Athia e Sergio Bezerra.
A primeira exibição do filme está marcada para 2020. “Após a estreia, vamos procurar escolas interessadas em discutir Machado de Assis ou cinema. O audiovisual tem poder para passar conhecimento. E, também, vou inscrever o curta em festivais para tentar exibição em outros países”, informa o diretor. 
A narrativa conta a história dos personagens do conto machadiano: Sra. E (Cris Athia); Sr. F (Nuno Leal Maia) e Sr. X, (Sergio Bezerra). Os nomes são os mesmos da obra original. Somam como novas figuras no elenco, a filha de Sr. F, interpretada por Marina Silva Pereira, e o músico por Murilo Lima. 
Sr. F é marido da Sra. E, e acredita que seu amigo Sr. X mantém um caso com sua esposa. Ele vai tirar satisfações e, com o desenrolar da história, percebe que perdeu três tesouros. O curta se passa na atualidade, mas as imagens remetem à época vivida por Machado de Assis, o século 20. 
Francisco de Paula tentou filmar o curta em 1993. Guardada a ideia, se consolidou no cinema independente, com as produções Areias Escaldantes (1985), Oceano Atlantis (1993), Helena Meirelles - a dama da Viola (2004). As filmagens de Monte Serrat foi possível graças a parcerias. A direção fotográfica é de Jacques Cheuiche, premiado recentemente nos Estados Unidos pelo documentário Amazônia Groove, lançado em 2019. Ao todo, 20 pessoas trabalham no elenco e bastidores, alguns deles do Rio de Janeiro. A Secretaria de Cultura (Secult) de Santos fez o apoio logístico, enquanto os alunos do Instituto Querô, e os estudantes de Cinema da Universidade São Judas – Campus Unimonte completaram a equipe técnica." 

Cris Athia, Nuno Leal Maia, Jacques Cheuiche.

                Mariana Durán Lenzi, Jacques Cheuiche, Francisco de Paula, Lucas Zanin, Nuno Leal Maia. 

Sérgio Bezerra: produtor e ator do filme. No centro: Hernani Heffner - diretor da Cinemateca Brasileira.  Foto: Emanuela Silva - Jul, 2019, (MAM) - RJ.

 

 

 

Lucas ZaninVictor Hugo Rocha e  Caio Caldeira. Talentosos, atenderam e entenderam o conceito de luz existente, única fotografia possível para o filme. Compuseram a equipe também na produção Nicolle Ferreira, e no som direto: Daniel Velloso, também estudantes do Querô (Kevellin Souza Silva), e Raphaella Gomes no figurino e maquiagem. Supervisionando essa moçada, Sérgio Bezerra e Renato Neiva Moreira. Conversa online sobre o filme, para estudantes de cinema - Maio, 21.  

Agradecemos ao Sr. Paulo Sergio Vallejo e Cris Athia por nos abrirem
Monte Serrat para as filmagens.

Mixagem do curta Monte Serrat no CTAV, com o mestre Alexandre Jardim. Obrigado Renato Luiz da Costa (coordenador de Apoio técnico e formação), Sérgio Arena. Aos parceiros: Joaquim Babá e Natália Santos (agenda CTAV). Também, ao editor de som: Ney Fernandes (parceiro de 13 filmes). Foto: Fred Cabral. Todas as etapas do curta foram concluídas em Jan, de 2021.

 

À finalizadora Link Digital, por mais está parceria. Denise Miller, e equipe: José Arruda Jr, Joao Paulo Reis, Ricardo Zimelewicz, Beto Tyszler, Paulo Carou e Alexandre (recepção), 13/5/21.
Grato aos funcionários, no "Monte Serrat" que nos atenderam em tudo. Aos moradores da comunidade, lugar lindo, com pessoas maravilhosas. Todos atentos e parceiros da filmagem: Rosivaldo, d. Nancy e Guilherme, As moças da cafeteria: Andréia, Juliana e Pamina. Socorro, Janaína, Dora e a Marilene, Tica e d. Mercedes. Os senhores Luís, Eduardo, Francisco, Valmir, Evaldo. A Secretaria de Cultura de Santos, profª Raquel Pellegrini pelo apoio e logística. Parceria com a Unimonte: ao coordenador Alysson MontrezolMarcelo Colmenero, tornou possível a realização filme. Nepav e equipe do Making of, Instituto Querô e à produtora Tammy Weiss.  

 

A escolha do conto "Três Tesouros Perdidos" de Machado de Assis , de 1858, para produzir um curta-metragem está ligado a possibilidade de unir a literatura brasileira ao cinema, criando a ponte que irá levá-los até os olhos dos estudantes, onde houver um. A ideia de filmar este conto vem de 1998, quando, por problemas de saúde, me hospedei na casa dos meus pais, em Santos, para me recuperar. Na primeira tentativa, recebi muito apoio de artistas da região. O cinema é um longo caminho. Uma breve apresentação Sobre o filme ; 

Passado nos dias atuais, assistimos o Senhor F (Nuno Leal Maia); na sua trajetória na busca de um amor. o vídeo é composto por fotos e ilustrações do Rio Antigo, trecho do Making of  Monte Serrat - por estudantes de cinema da Universidade São Judas Tadeuna participação, o diretor premiado de fotografia: Jacques CheuicheTrechos da crônica "Bons Dias" Machado de Assis. 

Murilo Lima, interpreta a música (Cazuza/Barão Vermelho) Levanta-se a luz sobre o sentimento de um amor triste, do poema "Bilhetinho Azul". Vídeo: imagens do filme, Making of e fotos da época de Machado, século XIX.

 

 De acordo com a reportagem de 1998 do jornal A tribuna, não filmamos naquele ano Três tesouros Perdidos do conto, que agora é Monte SerratFoi mantida a ideia inicial de locações na cidade, com a maior parte filmado no "Monte Serrat". Produzido de forma independente. 

 

 


Machado de Assis - Publicado original em A Marmota, 1858.

Rio de Janeiro: Edições W. M. Jackson, 1938. 

Uma tarde, eram quatro horas, o Sr. X... voltava à sua casa para jantar. O apetite que levava não o fez reparar em um cabriolet que estava parado à sua porta. Entrou, subiu a escada, penetra na sala e... dá com os olhos em um homem que passeava a largos passos como agitado por uma interna aflição.

Cumprimentou-o polidamente; mas o homem lançou-se sobre ele e com uma voz alterada, diz-lhe:

— Senhor, eu sou F..., marido da senhora Dona E... 

— Estimo muito conhecê-lo, responde o Sr. X...; mas não tenho a honra de conhecer a senhora Dona E...

— Não a conhece! Não a conhece! ... quer juntar a zombaria à infâmia?

— Senhor!...

E o Sr. X... deu um passo para ele.

— Alto lá!

O Sr. F... , tirando do bolso uma pistola, continuou:

— Ou o senhor há de deixar esta corte, ou vai morrer como um cão!

— Mas, senhor, disse o Sr. X., a quem a eloqüência do Sr. F... tinha produzido um certo efeito: que motivo tem o senhor...

— Que motivo! É boa! Pois não é um motivo andar o senhor fazendo a corte à minha mulher?

— A corte à sua mulher! não compreendo!

— Não compreende! oh! não me faça perder a estribeira.

— Creio que se engana...

— Enganar-me! É boa! ... mas eu o vi... sair duas vezes de minha casa...

— Sua casa!

— No Andaraí... por uma porta secreta... Vamos! ou...

— Mas, senhor, há de ser outro, que se pareça comigo...

— Não; não; é o senhor mesmo... como escapar-me este ar de tolo que ressalta de toda a sua cara? Vamos, ou deixar a cidade, ou morrer... Escolha!

Era um dilema. O Sr. X... compreendeu que estava metido entre um cavalo e uma pistola. Pois toda a sua paixão era ir a Minas, escolheu o cavalo.

Surgiu, porém, uma objeção.

— Mas, senhor, disse ele, os meus recursos...

— Os seus recursos! Ah! tudo previ... descanse... eu sou um marido previdente.

E tirando da algibeira da casaca uma linda carteira de couro da Rússia, 

diz-lhe: — Aqui tem dois contos de réis para os gastos da viagem; vamos, parta! parta imediatamente. Para onde vai?

— Para Minas.

— Oh! a pátria do Tiradentes! Deus o leve a salvamento... Perdôo-lhe, mas não volte a esta corte... Boa viagem!

Dizendo isto, o Sr. F... desceu precipitadamente a escada, e entrou no cabriolet, que desapareceu em uma nuvem de poeira.

O Sr. X... ficou por alguns instantes pensativo. Não podia acreditar nos seus olhos e ouvidos; pensava sonhar. Um engano trazia-lhe dois contos de réis, e a realização de um dos seus mais caros sonhos. Jantou tranqüilamente, e daí a uma hora partia para a terra de Gonzaga, deixando em sua casa apenas um moleque encarregado de instruir, pelo espaço de oito dias, aos seus amigos sobre o seu destino.

No dia seguinte, pelas onze horas da manhã, voltava o Sr. F. para a sua chácara de Andaraí, pois tinha passado a noite fora.

Entrou, penetrou na sala, e indo deixar o chapéu sobre uma mesa, viu ali o seguinte bilhete:

— “ Meu caro esposo! Parto no paquete em companhia do teu amigo P... Vou para a Europa. Desculpa a má companhia, pois melhor não podia ser. — Tua E...”.

Desesperado, fora de si, o Sr. F... lança-se a um jornal que perto estava: o paquete tinha partido às 8 horas.

— Era P... que eu acreditava meu amigo... Ah! maldição! Ao menos não percamos os dois contos! Tornou a meter-se no cabriolet e dirigiu-se à casa do Sr. X..., subiu; apareceu o moleque.

— Teu senhor?  — Partiu para Minas. O Sr. F... desmaiou.

Quando deu acordo de si estava louco... louco varrido! Hoje, quando alguém o visita, diz ele com um tom lastimoso:  — Perdi três tesouros a um tempo: uma mulher sem igual, um amigo a toda prova, e uma linda carteira cheia de encantadoras notas; que bem podiam aquecer-me as algibeiras! Neste último ponto, o doido tem razão, e parece ser um doido com juízo.

Nuno L. Maia - foto: Renato Neiva
 


    Edições: Dez, 2024.



quinta-feira, 10 de julho de 2025

A dama da Viola (acervo)


 "Uma das 100 melhores instrumentistas do século XX- Helena Meirelles".  revista americana Guitar Player

Lucas Smitt Oaxiac, Jacques Cheuiche, Mariana de Moraes, Hernâni Heffner e Cavi Borges, Lenin Maranhao. Novas ideias trazidas para o debate após a sessão do longa-metragem Helena Meirelles. Estação Net Botafogo - RJ,
Out, 2024. Foto: VJ 18.

 



Campo Grande News - 5/11/2007.

MS Notícias, 1/11/2007 - 19:13Hs.

                                 

                                                           
Helena Meirelles - a dama da Viola, é o terceiro longa metragem da carreira de Francisco. O interesse por fazer o documentário sobre a violeira surgiu após ler uma matéria sobre a instrumentista em um jornal, entrou em contato com Helena, que o convidou para passar o Natal de 2000, em Presidente Epitácio, interior de São Paulo, onde ela residia na época. 
"Acabei ficando 10 dias com a dona Helena, e nossa relação virou uma amizade. Já tinha feitos longas de ficção e procurava uma personagem mulher". Da temática, nasceu um trabalho que aborda a independência feminina, através da história de uma guerreira 'aparentemente frágil'. "Helena Meirelles é uma referência para a mulher do século XXI", comenta o diretor. Sem financiamento, a produção do documentário levou 3 anos. Nesse tempo, a equipe, composta por nove pessoas, acompanhou Helena Meirelles, que narra sua trajetória, enquanto os fatos vão sendo reproduzidos, diz o diretor: "Privilegiei o talento musical, mostrei porque ela virou uma artista".  
     
Mostra de São Paulo

                         Sobre a d. Helena

Participou em mais 20 Festivais nacionais e internacionais:

Festival do Cinecultura;
Festival do RioCinesul - RJ e DF; FIC - Brasília;
América do Sul - MS; Trieste - Itália;
Viva Brasil Centro George Pompidou: Paris (dentro do Ano Brasil na França);
Melhores da Mostra BR de Cinema - SP;
Prêmio Kikiô no Festival Tudo sobre Mulheres - MT;
Prêmio do público no Festicine Goiânia Ouro - GO;
Feira Música Brasil - Recife - PE;
Del Ray Beach Flórida Film Festival;
Mostra Cinema Inédito brasileiro - Rio de Janeiro, Boa Vista, Rio Branco, Recife, Aracajú, Natal, São Paulo. Produção: Sérgio Bezerra, fotografia: José Guerra, som direto: Jorge Saldanha, trilha sonora: Helena Meirelles e Laudir Oliveira. Produtor associado: Wilson Borges Pereira e produção local de Thaís Medeiros e Buga Ramos.

O documentário faz parte da Cultura e História do Brasil.

"Vemos que, se formos atrás do que queremos, a gente consegue"; "A verdadeira cultura não chega". Valorizar a cultura local e do nosso país criam Raízes, Identidade de uma Região. "Tem muita coisa boa por aí, que o Brasil não conhece".

PRESERVAR a História dessa grande artista, não permitindo que se perca com o tempo, possibilitando para pesquisas de novos documentários brasileiros e música instrumental. Gravou seu primeiro disco aos 70 anos, depois de ser eleita uma das Melhores Instrumentistas do Mundo, pela Revista Guitar PlayerA produção mostra uma mistura de ritmos sul-matogrossenses com influências paraguaias; Com significado artístico, cultural e regional da Dama da viola. 


Exibição do filme Helena Meirelles – a dama da viola no MIS
(museu de Imagem e do Som) Cine Santa Tereza, BH - Fev, 2018.

 
Making Of do documentário, exibido na Universidade Estácio de Sá - Campo Grande - MS.
Aos acadêmicos de Comunicação e Direito.
             


Participação no Projeta Brasil Cinemark VII, VIII, X. Para maior abrangência Cultural brasileira, o documentário foi incluso pelo Governo do Estado do Mato Grosso do Sul. Exibido junto aos maiores sucessos, produzidos no Brasil.


Inclusão do Doc Helena Meirelles - a dama viola, Projeto Escola Cinemark
da Rede Estadual e Municipal de ensino - MS


Nos VII, VIII, X - Projeta Brasil Cinemark. Para maior abrangência Cultural brasileira, o doc Helena Meirelles - dama da viola foi incluso pelo Governo do Estado do Mato Grosso do Sul. Filme exibido, junto aos maiores sucessos produzidos no Brasil:


Paris - França (dentro do Ano do Brasil na França) Centro George Pompidou; Seleção do doc Helena Meirelles - a dama da viola, para o Festival Viva Brasil.


Exibição do documentário na Universidade de Brasília. No Programa de Pós Graduação, para o 
curso de 'Psicologia e Envelhecimento'. Debate com temas: espiritualidadee diferenças Culturais.




O doc Helena Meirelles - a dama da viola foi matéria de estudo do vestibular 2020 da @ufgdoficial (Universidade Federal da Grande Dourados - MS). Imagens a partir do YouTubepublicadas aqui no blog e Instagram em 10/02/2020.

na casa da d. Helena, em um Natal junto a família dela, em Presidente Epitácio. 

Quando Francisco de Paula Dutra​ fez o documentário a ideia inicial era fazer um filme de ficção sobre uma mulher vencedora.
Ao ler uma reportagem sobre a violeira, encontrou a guerreira que procurava. “Ela poderia contar uma história de verdade. Era uma mulher persistente e venceu muitos preconceitos”. Em dezembro de 2001, conseguiu fazer contato com a artista, e foi convidado para passar o Natal com ela. Três anos depois, as filmagens feitas em Mato Grosso do Sul, a pedido da compositora, estavam concluídas. Documentário com 75 minutos de duração, exibido pela primeira vez em Campo Grande - Agosto de 2004, em comemoração aos 80 anos da artista. 
Antes disso, Helena pode ver o Documentário sobre sua vida, no Cine Odeon, no Rio de Janeiro. Primeira vez que ela assistiu a um filme no cinema, e foi a sua história. Também, o longa foi apresentado em mais de 15 Festivais, ganhou cópia legendada em Francês, para ser mostrado no ano do Brasil na França, em 2005. "Privilegiei o talento musical, mostrei porque ela virou uma artista".

(Rede Cinemark - Campo Grande - MS). Entrevista dada a Revista Metrópole - Jun, 2006.


Poster da Revista Guitar Player com as 101 palhetas dos maiores guitarristas do século, entre eles, Helena Meirelles, única Representante brasileira. Ao lado de Jimi Hendrix; Eric Clapton; Slash; Keith Richards; Roger Walters; Steve Vai; B.B. King. Foi eleita pela Guitar uma das 100 melhores instrumentistas do mundo. A palheta mostrada no pôster, foi feita por ela mesma, de chifre de boi. Embaixo de uma figueira, numa Sexta-feira Santa, antes do sol nascer.

 Jornal A Crítica - semanal - C Grande - MS. Abr, 2006. (Coluna Festas e Eventos TV).

 O Estado de S. Paulo, Mai - 2004.
Série Expresso Brasil - TV Cultura.


Revista Tam - Jul, 2003.
 
Festival da América do Sul, Corumbá - Mai, 2005.

Jornal do Brasil - Mai, 2007.

Retratos da força feminina na Mostra Première Brasil e, a reportagem: A Tribuna - B3 - 26 de Maio, 2005. "Privilegiei o talento musical, mostrei porque ela virou uma artista", analisa Francisco de Paula​: "Helena Meirelles é uma artista erudita, parece que ela toca violino".
Dona Helena é uma brasileira referenciada pela arte. Sua PALHETA de chifre é uma das
100 melhores do mundo, segundo uma revista norte americana.




Matéria: O Estado de Mato Grosso do Sul, Fev - 2005.



Palestra ministrada na disciplina "Psicologia e Envelhecimento": Arte, espiritualidade, e diferenças culturais. 
Exibido na Universidade de Brasília, no Programa de Pós Graduação.

 
Paris (dentro do Ano do Brasil na França) Centro George Pompidou;
Seleção do documentário, para o Festival Viva Brasil.



O doc Helena Meirelles - a dama da viola participou do IV EcoCine
(Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental). Junho de 2005, Salvador - BA.



Folha do Povo - diário (Capa). Abr, 2006. Chamada para a matéria principal de Cultura.



 No segundo Festival de Cinema de Campo Grande, o documentário fez parte da programação.
Foi um conjunto de ações de fomento a cultura no Estado. Ampliação de apoio à produção, e a circulação de bens culturais. Expandido o acesso às artes e à cultura para todas as pessoas.


 Mostra Nacional de Vídeo Ecológico
O evento estimulou a produção audiovisual, unindo à questões ao meio ambiente e ao turismo de aventura. Temas em evidência na cidade de Bonito, referência de eco-turismo no Brasil.

Foto: Jesus Carlos - Imagem Latina

Festival Latino - Americano de Cinema e Vídeo - RJ, 14/06/2005. No dia da inauguração do Centro Municipal de Cultura, Goiânia. Para esse evento, foram selecionados os melhores longas no ano de 2005, com o objetivo de incentivar a produção, o conhecimento de bens e valores culturais do Brasil.


 Embaixo da figueira, num 13 de junho, com as abóboras gigantes.

 De cima p/ baixo: show na Modern Sound - RJ, 2004.
Filmagem no Sítio do Zé Gordo, em Bataguassú - MS.


 Caixa Cultural Rio - levou ao público em Mar/2007 seis Produções Nacionais.
Entre eles o documentário da d. Helena.


Sessões especiais para escolas e universidades no Pantanal - MS.
Em 2007, no VIII Projeta Brasil Cinemark, Campo Grande - MS; Estavam estudantes com os seus professores e coordenadores do Ensino Médio, Cursos Técnicos e Universidades: prestigiando e opinando sobre o documentário brasileiro e regional. Juntos aos maiores sucessos da temporada, que o Cinemark estava exibindo, como: Tropa de Elite, O ano em que meus pais saíram de férias, Cidade dos homens, entre outros.
                                                   

Texto por Valéria del Cueto

Domingão de primavera no Rio de Janeiro, quase sol de verão, engarrafamento de candidatos a prefeito e vereadores, com suas “comitivas”, tralhas e baiúcas na orla carioca. Eis que recebo um convite para assistir, as três e meia da tarde, no cinema Odeon, na Cinelândia, ao lançamento de um documentário na Mostra não Competitiva – Retratos, do Festival do Rio 2004. “Helena Meireles, a Dama da Viola” de Francisco de Paula é o filme em questão. Confesso que não tinha grandes expectativas mas reencontrar Mato Grosso ia me fazer muito bem, e eu sabia disso.

Na entrada, nada da tietagem que congestiona as noites badaladas do Festival, de flashs, luzes, microfones, máquinas fotográficas, câmeras, seus respectivos operadores e conseqüentes “entourages”. O tapete vermelho estava livre e desimpedido. O cinema não estava lotado. Na abertura da sessão informam que a estrela do documentário, a violeira Helena Meireles, está presente. O holofote percorre a platéia e encontra dona Helena, vindo numa cadeira de rodas, no meio do corredor e as palmas começam. Tímidas a princípio, aumentando aos poucos e cada vez mais. Como se demorássemos a fazer o cérebro pegar e fossemos entendendo aos poucos quem era aquela pequena mulher e o que ela representava.

Dona Helena é uma brasileira, reverenciada por sua arte. Sua palheta de chifre é uma das 100 melhores do mundo, segundo a revista americana “Guitar Player”, e está em companhia de outras do naipe de B.B. King, Eric Clapton, Jeff Beck e John McLaughlin. Todos aplaudiam sentados.

Aplaudiam cada vez mais. E, muito devagar, as pessoas foram se levantando, até que cada um naquela platéia se deu conta que a presença da violeira não era motivos somente para aplausos, mas para muito mais… A Dama da Viola cumprimentou os espectadores  chamando-os de “filhos de Deus” e pouco falou, por que queria mesmo era ver o filme, que ainda não havia visto inteiro…

Quanto a luz se apagou as cores de Mato Grosso inundaram a tela, os sons do pantanal, arregimentados pelas cordas do violão de Helena Meireles, dominaram todo Odeon. O maior mérito da direção do filme, é não interferir no jorro caudaloso das notas tiradas do violão e das
idéias da ‘fazedeira de shows”, como a própria Helena se intitula. O seu velho Mato Grosso se derrama na tela, eternizando um modo de vida que, dizem, está em extinção. Hoje defendido por alguns e tendo com ponta de lança de sua preservação o próprio pantanal, que se recusa a deixar morrer o “modus vivendi” ali praticado, pelas dificuldades que impõe àqueles que tentam doma-lo. Como a música e a vida de Helena Meireles.

Quando o filme acabou, fiquei fazendo hora no saguão e lá estava ela, olhando calmante desenhos infantis inspirados em sua imagem e sua arte, expostos nas vitrines onde se colocam cartazes das próximas atrações. Assim como passou desapercebida na saída do cinema, ninguém se tocou da presença dela no Rio de Janeiro. Não saiu nos grandes jornais, nem em colunas sociais. O Rio, cidade antenada, perdeu a chance de reverenciar, de conhecer melhor e render homenagens a uma brasileira da melhor estirpe…

Sabia que Dona Helena tinha estado doente, internada. Não tive coragem de me aproximar no saguão. Ia cair no choro, igualzinho havia acontecido durante a sessão e nos aplausos (muitos) finais. Mas consegui falar com o diretor de “Helena Meireles, a Dama da Viola”, Francisco de Paula. Através dele, veio o privilégio de poder entrevista-la no dia seguinte na  sede do Festival Rio 2004, antes de seu retorno a Campo Grande:

A dama da viola, o filme 

VDC – Todo mundo aqui tem mania  de fazer “UUUUU UUU”.  E lá no Mato Grosso não é assim que faz, é “Ai, ai, aiiii”…

– E’, lá é grito mesmo, de peito fechado. Meu Deus, Nossa Senhora, deu vontade de gritar ali,  naquela hora. Mas não gritei por causa do povo: “Ora, esta mulher está fazendo escândalo aqui dentro”, vamos escutar quieto…

VDC – Como a senhora se achou na tela? A senhora acha que ficou bem de atriz?

– Bom, pelo meu jeito, pelo meu tipo, pelo meu modo eu não diferenciei nada. Eu sou a mesminha daquele sertãozinho de Mato Grosso, de criança, até agora… Por que ainda não contou toda a minha vida. Ele não contou toda a minha vida ali. Minha vida foi de amargar, de amargar, minha filha. Eu passei fome, eu dormi no chão, cozinhando no chão. Meu prato era uma lata de doce. Sabe aquela lata que tinha antigamente? Era o pratinho da gente comer. Às vez não tinha nem roupa pra vestir. Que eu cheguei num lugar que eu tive  com meu marido – meu companheiro – e meu filho, na beira de uma lagoa. Tivemos que tirar a roupa do corpo e lavar pra vestir e chegar na cidade. Tudo isso já aconteceu comigo. E eu nunca reclamei. Acho que é por isso que Deus me abençoou: “Coitada, ela não reclama”. Sofri, mas nunca reclamei.

VDC – A senhora é uma pessoa muito séria. Eu não vi a senhora rindo… Mas a senhora faz uma coisa que alegra tanto a vida das pessoas. Sua alegria está toda na música?

– Tá tudo na música, na minha pessoa, que afora em falo besteira, falo isso, falo aquilo, a turma dá risada, gostam que falo. Mas tudo com respeito. Mas eu não sou de risada mesmo, nunca fui Nem quando tava lá no puteiro, nunca fui de risada Fui séria, seca.

VDC – A senhora imaginou ou pensou que pudesse ficar tão famosa?

– Não, minha filha, por que eu fui uma mulher que me criei no mato, no sertão, eu fui uma mulher… Eu não esperava nem nunca que isso ia acontecer comigo. Só que eu falava que eu não ia morrer pobre de arrasto. Eu falava “tenho fé em Deus que eu não vou morrer pobre”, pra todo mundo.  Eu nasci com uma rosa na palma da minha mão, que Deus pôs, que nunca murchou e nem nunca morreu. Eu não vou morrer de arrasto, pobre, graças a Deus. Eu não sou rica, mas tenho a minha casa para mim morar, meus bons móveis que eu comprei. Tenho merecimento com o povão filho de Deus. Eu agradeço muito a Deus por ter meu companheiro do meu lado, para o quer e vier, por mim. Que eu sou muito querida mesmo, eu vejo que eu sou querida.  É criança, é tudo. É véio chorando, é homem chorando, é moço chorando… Eu já vi um moço de 16 anos chegar, se ajoelhar nos meus pé, depois que eu acabei de tocar, e chorar igual a uma criança. Uma mulher falou pra mim, estava lá em cima no parque fazendo show, e ela falou pra mim : “O que eu estava sentindo foi embora! Eu estava mal, saiu tudo o que tinha de ruim que tinha em mim.” Eu to alegre, eu tenho a graça de Deus.  Eu toco violão desde os 9 anos de idade.

Saudades do violão

VDC – A senhora não está tocando agora porque?

-Eu não estou tocando por que peguei uma pneumonia. Faz uns 5 meses que eu estou de costa na cama, lá em casa e no hospital e em todo lugar, pra mim poder sarar bem, pra mim poder tocar. Então, o médico proibiu de tocar por que eu estou sofrendo do negócio da espinha. Diz que está torto, da espinha tudo, né? A gente endereita ela no braço do violão.

Mas eu já estou pegando o violão lá em casa, com o meu filho. Eu já toquei uma moda estes dias. Bem, os dedos foi bem legal. Eu toquei bem, meus dedos manerou bem nas cordas do vilão…

VDC – A senhora já tinha ficado tanto tempo sem tocar violão assim?

– Não, nunca Eu tinha seis shows tinha dois que era aqui, em São Paulo, o resto era pra fora. Mas aí eu fiquei muito ruim. Até agora ainda não estou bem, tô mais ou menos, graças a Deus…

VDC – A senhora toca violão desde garota. Já tinha ficado 5 meses sem pegar num violão?

– Nunca.

VDC – E a saudade?

– O que é que a gente vai fazer? Tudo é como Deus quer, não é como nós quer, não é? O que a gente tem que passar, a gente tem que passar. “Mode” boi de carro, eu morro de pé mas não morro deitada.


VDC – Quando é que a senhora acha que volta a tocar?

– Olha menina, eu não sei, só Deus poderia saber. Agora eu não posso te falar, por que quem sabe é só Deus. Às vez eu posso falar que pode ser agora, às vez pode ser pra mais tempo. Mas eu vou ser teimosa, eu vou teimar.


VDC – Eu vi uma pessoa com um violão lá no cinema, a  senhora toca sempre com o mesmo violão, ou qualquer um serve?

– Não, aquele violãozinho é famoso..  Aquele violão eu toco pra todo lado.  Por que eu tenho um que veio pra  mim dos Estados Unidos. Ele é muito pesado, eu não  agüento com ele. Ele é muito pesado, mesmo.  Tem uma mulher que ofereceu quinze mil no meu violão.  Por vinte mil eu dou meu violão. Meu fio não quer que venda, mas eu vou  vender. Não güento com ele.  É grandão, mas é lindo. Muito bonito ele…

VDC – Mas e esse que a senhora toca, é de onde?

– É aqui de São Paulo, Eu ganhei numa loja lá.  Eu cheguei e apreçei ele. “Quanto que custa esse violão?” “Trezentos e cinquenta.” Falei: “Ui, ai”. Aí eu olhei, olhei,  e falei pro dono: “Escuta uma coisa”- cê vê como eu tenho sorte – “Pela primeira vez que eu entrei na sua loja e vim apreçar um violão, você podia me dar…” Ele falou: “É seu, pode levar”. Ele pegou a capa, pôs o  violão dentro da capa e disse “Esse é seu, não custa nada para a senhora”. Faz muito tempo que ele está rodando comigo. Porque ele é pequenininho.

VDC – Eu fiquei preocupada por que a senhora falou no filme que deram um tiro no seu violão…

– (Rindo pela primeira vez) Aquele já foi embora faz muito anos! Tem é tempo… Só que eu tô com esse homem, tá com 46 anos que eu tô com ele, que me tirou dos puteiros, lá do Porto XV.  Isso foi naquele tempo ainda… foi antes…  Foi no tempo do puteiro mesmo. Eu estava tocando num bar no Porto XV.

            Depoimentos

          no dia do lançamento - Cinemark Taguatinga Nov e Dez, 2007.
          ResumoO que as pessoas falaram sobre o documentário em 2008?

composição da imagem: manuartdesig 

desenhos feitos durante as filmagens do documentário.

Exibição do filme Helena Meireles - a dama da viola 
Cine Arte Posto 4, Santos - SP.

 

Madeleine Alves, Waltuir, Carlos Oliveira (movimento do Audiovisual - Santos).



Clube das Mães e Pais, evento que reuniu jovens de oficinas de cinema do município, Francisco falou sobre as experiências dele no cinema brasileiro, comentou sobre a Sétima Arte nacional, e a trajetória da produção do documentário A dama da viola. Helena Meirelles, recebeu o prêmio Spot Ligth Artist da revista norte - americana Guitar Player, em 1993, que foi incluída entre as 100 melhores palhetas do século. Foto: André Azenha e divulgação -  Santos, 2009

 


  2025. Publicada em Ago, 2019.

manuartdesign.blogspot.com  | Francisco de Paula. 

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Exibição do curta-metragem ( Estação Net Botafogo - RJ), com fotografia do Mestre Jacques Cheuiche , também foram convidados Hernani Heffne...