Marina Pereira (interpretou as gêmeas 'M" e "W"); Emanuela (designer).
Bastidores das filmagens.
Final das filmagens do curta - Out, 2019. (confraternização no restaurante Savana).
Por Carlos Alberto Mattos, um dos grandes críticos de cinema da atualidade. Referência para quem pesquisa, pensa e abraça o cinema brasileiro. Autor de livros importantes sobre audiovisual, nos valoriza com o seu olhar sobre o filme. Mai, 2021.
Link Digital, CTAV e MiraSet Filmes, apuro técnico. Seleção do filme entre
os oito finalistas ao Prêmio ABC 2021.
Sessão teste do filme no instituto Querô: a atriz Rosane Paulo e Fernando Polaco, Nuno leal Maia, Renato Neiva, Marina S. Rodrigues, Francisco de Paula, Nicolle Ferreira, Lucas Zanin, Emanuela Silva, Márcio Barreto, Mariana Queija. Foto: Vitor Barreto, 27/1/20.
"Conto famoso inspira Monte Serrat, com Nuno Leal Maia. O autor Machado de Assis e alguns pontos turísticos de Santos se encontram no filme. Produzido e dirigido pelo cineasta Francisco de Paula . O filme retrata o conto Três Tesouros Perdidos, de 1858."
Jacques Cheuiche diretor de fotografia - tenho parceria em quatro oportunidades (clipe A Cera, filme na peça de teatro despertando para Sonhar direção Tadeu Aguiar). Os curtas Deus tá Vendo e Monte Serrat que teve a assistência de câmera de Mariana Duran Lenzi, quando trabalharam sem eletricista, nem maquinista, com dois refletores. Rodeado de jovens formandos da Universidade São Judas Tadeu, que cumpriram e aprenderam no set as melhores lições.
"Além do Monte Serrat, as cenas se passam na Rua XV de Novembro, no Centro Histórico, e na Rua Marquês de Herval, s/n, no Valongo, ponto do bonde turístico. As gravações aconteceram ao longo da semana. Em cena, o também santista Nuno Leal Maia e os atores Cris Athia e Sergio Bezerra.A primeira exibição do filme está marcada para 2020. “Após a estreia, vamos procurar escolas interessadas em discutir Machado de Assis ou cinema. O audiovisual tem poder para passar conhecimento. E, também, vou inscrever o curta em festivais para tentar exibição em outros países”, informa o diretor.A narrativa conta a história dos personagens do conto machadiano: Sra. E (Cris Athia); Sr. F (Nuno Leal Maia) e Sr. X, (Sergio Bezerra). Os nomes são os mesmos da obra original. Somam como novas figuras no elenco, a filha de Sr. F, interpretada por Marina Silva Pereira, e o músico por Murilo Lima.Sr. F é marido da Sra. E, e acredita que seu amigo Sr. X mantém um caso com sua esposa. Ele vai tirar satisfações e, com o desenrolar da história, percebe que perdeu três tesouros. O curta se passa na atualidade, mas as imagens remetem à época vivida por Machado de Assis, o século 20.Francisco de Paula tentou filmar o curta em 1993. Guardada a ideia, se consolidou no cinema independente, com as produções Areias Escaldantes (1985), Oceano Atlantis (1993), Helena Meirelles - a dama da Viola (2004). As filmagens de Monte Serrat foi possível graças a parcerias. A direção fotográfica é de Jacques Cheuiche, premiado recentemente nos Estados Unidos pelo documentário Amazônia Groove, lançado em 2019. Ao todo, 20 pessoas trabalham no elenco e bastidores, alguns deles do Rio de Janeiro. A Secretaria de Cultura (Secult) de Santos fez o apoio logístico, enquanto os alunos do Instituto Querô, e os estudantes de Cinema da Universidade São Judas – Campus Unimonte completaram a equipe técnica."
Sérgio Bezerra: produtor e ator do filme. No centro: Hernani Heffner - diretor da Cinemateca Brasileira. Foto: Emanuela Silva - Jul, 2019, (MAM) - RJ.
Lucas Zanin, Victor Hugo Rocha e Caio Caldeira. Talentosos, atenderam e entenderam o conceito de luz existente, única fotografia possível para o filme. Compuseram a equipe também na produção Nicolle Ferreira, e no som direto: Daniel Velloso, também estudantes do Querô (Kevellin Souza Silva), e Raphaella Gomes no figurino e maquiagem. Supervisionando essa moçada, Sérgio Bezerra e Renato Neiva Moreira. Conversa online sobre o filme, para estudantes de cinema - Maio, 21.
Agradecemos ao Sr. Paulo Sergio Vallejo e Cris Athia por nos abriremo Monte Serrat para as filmagens.
Mixagem do curta Monte Serrat no CTAV, com o mestre Alexandre Jardim. Obrigado Renato Luiz da Costa (coordenador de Apoio técnico e formação), Sérgio Arena. Aos parceiros: Joaquim Babá e Natália Santos (agenda CTAV). Também, ao editor de som: Ney Fernandes (parceiro de 13 filmes). Foto: Fred Cabral. Todas as etapas do curta foram concluídas em Jan, de 2021.
À finalizadora Link Digital, por mais está parceria. Denise Miller, e equipe: José Arruda Jr, Joao Paulo Reis, Ricardo Zimelewicz, Beto Tyszler, Paulo Carou e Alexandre (recepção), 13/5/21.
Grato aos funcionários, no "Monte Serrat" que nos atenderam em tudo. Aos moradores da comunidade, lugar lindo, com pessoas maravilhosas. Todos atentos e parceiros da filmagem: Rosivaldo, d. Nancy e Guilherme, As moças da cafeteria: Andréia, Juliana e Pamina. Socorro, Janaína, Dora e a Marilene, Tica e d. Mercedes. Os senhores Luís, Eduardo, Francisco, Valmir, Evaldo. A Secretaria de Cultura de Santos, profª Raquel Pellegrini pelo apoio e logística. Parceria com a Unimonte: ao coordenador Alysson Montrezol, Marcelo Colmenero, tornou possível a realização filme. Nepav e equipe do Making of, Instituto Querô e à produtora Tammy Weiss.
A escolha do conto "Três Tesouros Perdidos" de Machado de Assis , de 1858, para produzir um curta-metragem está ligado a possibilidade de unir a literatura brasileira ao cinema, criando a ponte que irá levá-los até os olhos dos estudantes, onde houver um. A ideia de filmar este conto vem de 1998, quando, por problemas de saúde, me hospedei na casa dos meus pais, em Santos, para me recuperar. Na primeira tentativa, recebi muito apoio de artistas da região. O cinema é um longo caminho. Uma breve apresentação Sobre o filme ;
Passado nos dias atuais, assistimos o Senhor F (Nuno Leal Maia); na sua trajetória na busca de um amor. o vídeo é composto por fotos e ilustrações do Rio Antigo, trecho do Making of Monte Serrat - por estudantes de cinema da Universidade São Judas Tadeu, na participação, o diretor premiado de fotografia: Jacques Cheuiche. Trechos da crônica "Bons Dias" Machado de Assis.
Murilo Lima, interpreta a música (Cazuza/Barão Vermelho) Levanta-se a luz sobre o sentimento de um amor triste, do poema "Bilhetinho Azul". Vídeo: imagens do filme, Making of e fotos da época de Machado, século XIX.
De acordo com a reportagem de 1998 do jornal A tribuna, não filmamos naquele ano Três tesouros Perdidos do conto, que agora é Monte Serrat. Foi mantida a ideia inicial de locações na cidade, com a maior parte filmado no "Monte Serrat". Produzido de forma independente.
Machado de Assis - Publicado original em A Marmota, 1858.
Rio de Janeiro: Edições W. M. Jackson, 1938.
Uma tarde, eram quatro horas, o Sr. X... voltava à sua casa para jantar. O apetite que levava não o fez reparar em um cabriolet que estava parado à sua porta. Entrou, subiu a escada, penetra na sala e... dá com os olhos em um homem que passeava a largos passos como agitado por uma interna aflição.
Cumprimentou-o polidamente; mas o homem lançou-se sobre ele e com uma voz alterada, diz-lhe:
— Senhor, eu sou F..., marido da senhora Dona E...
— Estimo muito conhecê-lo, responde o Sr. X...; mas não tenho a honra de conhecer a senhora Dona E...
— Não a conhece! Não a conhece! ... quer juntar a zombaria à infâmia?
— Senhor!...
E o Sr. X... deu um passo para ele.
— Alto lá!
O Sr. F... , tirando do bolso uma pistola, continuou:
— Ou o senhor há de deixar esta corte, ou vai morrer como um cão!
— Mas, senhor, disse o Sr. X., a quem a eloqüência do Sr. F... tinha produzido um certo efeito: que motivo tem o senhor...
— Que motivo! É boa! Pois não é um motivo andar o senhor fazendo a corte à minha mulher?
— A corte à sua mulher! não compreendo!
— Não compreende! oh! não me faça perder a estribeira.
— Creio que se engana...
— Enganar-me! É boa! ... mas eu o vi... sair duas vezes de minha casa...
— Sua casa!
— No Andaraí... por uma porta secreta... Vamos! ou...
— Mas, senhor, há de ser outro, que se pareça comigo...
— Não; não; é o senhor mesmo... como escapar-me este ar de tolo que ressalta de toda a sua cara? Vamos, ou deixar a cidade, ou morrer... Escolha!
Era um dilema. O Sr. X... compreendeu que estava metido entre um cavalo e uma pistola. Pois toda a sua paixão era ir a Minas, escolheu o cavalo.
Surgiu, porém, uma objeção.
— Mas, senhor, disse ele, os meus recursos...
— Os seus recursos! Ah! tudo previ... descanse... eu sou um marido previdente.
E tirando da algibeira da casaca uma linda carteira de couro da Rússia,
diz-lhe: — Aqui tem dois contos de réis para os gastos da viagem; vamos, parta! parta imediatamente. Para onde vai?
— Para Minas.
— Oh! a pátria do Tiradentes! Deus o leve a salvamento... Perdôo-lhe, mas não volte a esta corte... Boa viagem!
Dizendo isto, o Sr. F... desceu precipitadamente a escada, e entrou no cabriolet, que desapareceu em uma nuvem de poeira.
O Sr. X... ficou por alguns instantes pensativo. Não podia acreditar nos seus olhos e ouvidos; pensava sonhar. Um engano trazia-lhe dois contos de réis, e a realização de um dos seus mais caros sonhos. Jantou tranqüilamente, e daí a uma hora partia para a terra de Gonzaga, deixando em sua casa apenas um moleque encarregado de instruir, pelo espaço de oito dias, aos seus amigos sobre o seu destino.
No dia seguinte, pelas onze horas da manhã, voltava o Sr. F. para a sua chácara de Andaraí, pois tinha passado a noite fora.
Entrou, penetrou na sala, e indo deixar o chapéu sobre uma mesa, viu ali o seguinte bilhete:
— “ Meu caro esposo! Parto no paquete em companhia do teu amigo P... Vou para a Europa. Desculpa a má companhia, pois melhor não podia ser. — Tua E...”.
Desesperado, fora de si, o Sr. F... lança-se a um jornal que perto estava: o paquete tinha partido às 8 horas.
— Era P... que eu acreditava meu amigo... Ah! maldição! Ao menos não percamos os dois contos! Tornou a meter-se no cabriolet e dirigiu-se à casa do Sr. X..., subiu; apareceu o moleque.
— Teu senhor? — Partiu para Minas. O Sr. F... desmaiou.
Quando deu acordo de si estava louco... louco varrido! Hoje, quando alguém o visita, diz ele com um tom lastimoso: — Perdi três tesouros a um tempo: uma mulher sem igual, um amigo a toda prova, e uma linda carteira cheia de encantadoras notas; que bem podiam aquecer-me as algibeiras! Neste último ponto, o doido tem razão, e parece ser um doido com juízo.